Deixar o julgamento de fora da conversa, apontar pontos positivos e fazer um roteiro prévio são algumas das dicas dos especialistas
Receber uma crítica não fácil, mas fazer a crítica nem sempre é tarefa
das mais simples.
Basta fazer um levantamento mental: quantos chefes
você já teve que eram mestres na arte de dar o famoso feedback? E você, sabe dizer o que realmente significa a expressão?
Feedback, segundo o especialista em gestão comportamental aplicada ao
mundo dos negócios Luiz Fernando Garcia, não é queixa, bronca, conselho
ou mesmo lição de moral. Ele é, na verdade, (ou deveria ser) uma
ferramenta para que comportamentos impróprios sejam alterados e as
relações entre pessoas se tornem mais fáceis.“Muitas vezes a conversa que tinha como intenção ajeitar as coisas, tem o efeito contrário e apenas coloca mais lenha na fogueira”, diz Garcia.
A psicóloga Fela Moscovici, autora de livros sobre o tema, aponta dois caminhos essenciais para que o “tiro não saia pela culatra”: ser descritivo, em vez de avaliativo, e ser específico, em vez de generalista.
Outra dica importante para um “feedback bem dado” é a montagem de um pequeno roteiro. “É necessário que haja respeito entre os envolvidos, com o desejo real de que o outro apenas melhore. Por isso, jamais entre em uma conversa de feedback achando que é o dono da verdade. Sempre há os dois lados”, avalia Garcia.
Etapa | Como fazer | Por quê? |
---|---|---|
Preparação | Reflita cuidadosamente sobre o que pretende falar. Faça um balanço de aspectos positivos e negativos | Preparar-se com antecedência faz com que os fatos mais importantes sejam privilegiados na conversa e listar os pontos positivos ajuda a quebrar a resistência |
Escolha do ambiente | A conversa deve ser em um ambiente neutro, de preferência na sala de quem vai receber o feedback, sem interrupções | O local adequado ajuda a diminuir a tensão. É fundamental que telefonemas ou secretárias, por exemplo, não interrompam |
Definição das regras |
Enquanto um se pronuncia, o ideal é que outro anote todas as observações e fale somente depois. Em seguida, os papéis se invertem | Respostas de bate-pronto geram tensão. Com a espera, a impulsividade é controlada e há tempo para assimilar o que foi dito. Quem propôs o feedback deve deixar o outro à vontade para começar, caso prefira |
Início da conversa |
Destaque as qualidade de quem ouve, antes de cobrar algo |
Isso ajuda a quebrar a resistência de quem escuta |
Cuidado com o tom |
Use exemplos específicos e não adjetivos genéricos como "egoísta" ou "preguiçoso". Também é melhor dizer “eu me sinto desconfortável com essa situação” em vez de “você é isso ou aquilo” | É uma maneira de manter a objetividade da conversa e de desarmar as defesas do outro, sem causar irritação |
Momento de ouvir | Não interfira enquanto o outro se posiciona. Ouça, anote e espere sua vez de falar | Aguardar o momento certo para se pronunciar demonstra maturidade e interesse verdadeiro de melhorar |
Finalização | Depois de tudo dito, é fundamental que haja um reforço dos pontos principais do feedback – tanto dos negativos quanto dos positivos | Isso ajuda a organizar o pensamento e selecionar o mais importante da conversa (que dura cerca de 40 minutos) |
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