Não buscar sócios com conhecimentos complementares é um dos erros dos jovens empreendedores
São Paulo – Está comprovado: ter um negócio próprio é o sonho de
maioria dos jovens brasileiros. Segundo uma pesquisa realizada pela Cia
de Talentos em parceria com a Nextview People, 56% dos ouvidos disseram que pretendem empreender em algum momento da vida.
Os jovens também são maioria entre os que já empreendem. De acordo com o levantamento GEM 2012, 33,8% dos negócios iniciais estão nas mãos de pessoas entre 25 e 34 anos. “O empreendedorismo
está consolidado na cabeça do jovem como opção de vida, o que não está é
o preparo desse jovem”, diz Bruno Caetano, diretor-superintende do
Sebrae/SP.
Além das várias dificuldades de um negócio, os jovens costumam ter que
lidar, muitas vezes, com a descrença. “Tem muitas pessoas que acham que
precisam de mais capacitação ou vivência e não podem ter seu negócio
próprio”, diz Marcelo Nakagawa, coordenador do Centro de
Empreendedorismo do Insper. Veja abaixo alguns mitos sobre ter uma pequena empresa antes dos 30 anos.
1. Uma boa ideia basta
Muitas vezes, os jovens escolhem um hobby ou passatempo para
transformar em negócio. “Muitos acreditem que basta ter uma boa ideia
para que vire um negócio de sucesso”, diz Caetano.
Além de gostar da atividade, o jovem precisa se preparar para tirar o
negócio do papel e não só apostar na sorte. “Ter uma grande ideia
inovadora não é ter um grande negócio. Sem um time, a empresa cai por
terra no primeiro contato com o cliente porque não vai ter quem
execute”, alerta Nakagawa.
2. Empreender durante a faculdade é difícil
Largar a faculdade pelo negócio foi um passo para empreendedores
como Mark Zuckerberg. Mas não é a regra. “Tem muitos que conseguem
conciliar as duas coisas, principalmente quando o negócio é na área
dele”, diz o professor do Insper.
3. Negócios inovadores não têm concorrência
Confundir otimismo e ingenuidade é, para Nakagawa, um erro dos
empreendedores mais jovens. “Ele tem que ser otimista, mas não pode ser
ingênuo a ponto de achar que não tem concorrência”, diz. Segundo ele, é
comum que nesta fase o empreendedor se sinta infalível. “Se o negócio
der certo, vão aparecer dez negócios similares ao seu”, alerta o
professor.
Outro mito, segundo ele, é achar que a concorrência vai demorar a
reagir a sua inovação. “Em alguns casos é verdade. Em outros, é mito e o
concorrente vai para cima e ocupa o espaço da startup”, explica.
4. Jovens têm mais chances de quebrar
Segundo Caetano, não há nenhum estudo que indique que empresas de
jovens estão mais propensas ao fracasso. “Não há diferença significativa
nas taxas de mortalidade de empresas chefiadas por jovens. Existe um
preconceito da própria sociedade e os próprios jovens ficam inibidos de
empreender”, justifica.
5. Reunir amigos na sociedade é melhor
Na universidade, muitos empreendedores reúnem um grupo de amigos da
mesma turma para abrir um negócio. A afinidade pode parecer um bom
motivo para estabelecer uma sociedade, mas pode ser uma armadilha.
“Muitos começam a empresa com colegas da faculdade e o sócio é um
espelho dele, com a mesma formação e os mesmos hábitos”, diz.
Para Caetano, achar que pode fazer tudo sozinho também pode acabar com o
negócio. “É um erro fatal, precisa ter sócios que se complementem”,
indica o executivo do Sebrae/SP.
6. O fracasso é o fim
Ninguém começa um negócio pensando em fracassar. Mas, se isso
acontecer, não é o fim do mundo. “Uma questão que precisa ficar clara é
que ele acha que não pode fracassar. É comum encontrar empreendedores
que na primeira tentativa não deram certo, mas usaram isso como fonte de
aprendizagem para negócios posteriores”, explica Caetano.
7. Um produto bom dispensa experiência
Assim como só uma boa ideia não é suficiente, o empreendedor não pode
dispensar o conhecimento confiando apenas no produto ou serviço. “Achar
que vai sustentar o negócio sem ter experiência em gestão é um erro”,
diz Caetano. Outro mito é acreditar que as vendas vão acontecer
facilmente. “Venda é uma estratégia, precisa ser estudada e exige
dedicação”, afirma.
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