Subestimar o impacto de impostos, vistos ou leis locais pode pôr a perder sua estratégia de exportação
Escrevo este texto em português para uma maioria de leitores brasileiros, mas estou num voo entre o sul da Espanha e o norte da Alemanha, indo visitar um cliente e uma importante feira do setor de bebidas. A sensação de ser global é real, e o mundo, de fato, nunca foi tão conectado. No entanto, aspectos, digamos, “mundanos” nos trazem para a realidade e nos indicam que ainda estamos muito longe de viver em um mundo de livre circulação, especialmente quando se trata de negócios internacionais.
Mas que aspectos são esses? Impostos, leis, vistos etc. São pontos que muitas vezes colocamos em um segundo plano na hora de pensar em nossa estratégia internacional, mas que possuem um impacto direto no sucesso do nosso negócio lá fora.
Alguns exemplos de como esses pontos podem impactar sua estratégia internacional:
• Estratégia de preços: Que impostos incidem no seu produto/serviço quando você vende no exterior? Seu produto/serviço chegaria a um preço competitivo ao seu cliente final? Valeria a pena produzir localmente para evitar impostos? Vou conseguir uma margem interessante se vendo no país XYZ?
• Logística: Quanto tempo leva para desembaraçar meu produto na aduana? Existem fretes competitivos caso eu tenha um pedido em uma cidade fora dos principais centros de distribuição? Preciso de um estoque local? Quanto custa manter um estoque em um centro de distribuição no país XYZ? Qual estratégia de distribuição otimiza meus custos?
• Recursos humanos: Como faço para enviar meu time para trabalhar por um período no exterior (por exemplo, dando suporte técnico para um equipamento que você vendeu)? Quanto vai custar expatriar um executivo para tocar as operações no país XYZ? Quero contratar um engenheiro europeu com a experiência exata de que necessito; quanto tempo levará para lidar com a papelada? E qual será o custo final?
Vivemos em um mundo competitivo. Portanto, a sua estratégia internacional não pode se dar ao luxo de não ser competitiva em todos os aspectos relativos ao processo de internacionalização. Você pode ter o melhor produto/serviço, mas, se não conseguir o tão famoso “preço & prazo”, já larga em grande desvantagem na corrida dos negócios globais.
Portanto, saiba quais são as regras do jogo. Invista em informações e assessoria de melhor qualidade possível (consultores, advogados, contadores etc.), pois qualquer pequeno erro nesses critérios tão “mundanos” pode (e certamente vai) custar muito caro para a estratégia internacional do seu negócio.
DICA PRIDE:
Se você pensa internacionalizar seu negócio e quer discutir estratégias, envie suas perguntas paraespecialistapegn@edglobo.com.br e coloque Internacionalização no campo “assunto” do e-mail.
* Igor Tasic é CEO da Atlantico Partners (www.atlanticopartners.com), e-mail:igor.tasic@atlanticopartners.com
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