Nesta semana o Facebook realizou uma conferência com mais de dois mil e quinhentos desenvolvedores. Esta conferência é chamada de "F8" e sempre traz grandes novidades de ferramentas (mais de 25 foram anunciadas), além de discutir o futuro da rede. "Esta edição do F8 é tudo sobre o futuro do compartilhamento", frase de Zuckerberg, fundador e CEO da rede social.
O evento anunciou funcionalidades que visam ajudar os desenvolvedores a
construir, crescer e monetizar seus aplicativos. Destaque para a
palavra monetizar. Reuni e resumi neste artigo as principais novidades
para você ficar atualizado. Vejamos:
Facebook Messenger como plataforma
O que significa: o Facebook tornou o Messenger uma
plataforma "aberta" em que desenvolvedores poderão criar aplicativos
para rodarem dentro do serviço de mensagens (mediante aprovação prévia
do app antes de poder ser baixado, claro). Prepare-se para enviar e
receber mensagens com muito mais interatividade.
Aliás, isso é uma grande oportunidade para marcas. A ESPN já
desenvolveu seu app para o Messenger Platform (provavelmente a convite
do Facebook), em que disponibiliza uma biblioteca de GIF’s com cenas de
esportes que captou.
Messenger Business
O que significa: é uma nova ferramenta voltada para
empresas se comunicarem com seus clientes e que promete reinventar a
maneira com que pessoas interagem com empresas.
Como?
Como?
— Ao concluir uma compra em um site, o cliente poderá optar por receber
informações a respeito do pedido diretamente através do seu Messenger,
como se estivesse conversando com um amigo.
— A loja poderá enviar informações a respeito do rastreamento da
compra, inclusive com a trajetória em tempo real do pacote no mapa e
outras informações. Além disso, pode ser integrada com outras
ferramentas de chat, como Zendesk, por exemplo, e enviar as atualizações
do pedido via push no celular do cliente.
Aparentemente o Facebook quer assumir parte da função que o e-mail já
oferece há muitos anos, porém, de uma maneira mais pessoal. Aliás, o
Messenger também quer que você mande e receba dinheiro de amigos
diretamente pelo app sem ter que acessar uma ferramenta externa. Veja aqui neste post.
Novo plugin aprimorado para comentários:
O que significa: a nova versão promete estimular ainda
mais os usuários a comentarem em suas publicações no Facebook ou no
plugin de comentários do seu site, além de facilitar o controle de spam.
Isso porque pretende unificar os dois (comentários no Facebook e fora
dele). Dessa maneira, se você comentar em um post no Facebook e um amigo
seu estiver navegando no site da matéria, com o espelhamento, o
comentário que você fez lá no facebook aparecerá no site. Isso
estimulará mais as participações pelo fato de unificar a discussão, além
da possibilidade de exibir contexto social maior.
Nova funcionalidade para embutir vídeos do Facebook (a la youtube):
O que significa: já disponível, essa funcionalidade permite embutir vídeos do Facebook diretamente em qualquer página na internet. Diferente do "embutir post" que já existia, o "embutir vídeo" estimula a visualização de vídeo. Veja acima como ficou.
Plugins Sociais de Compartilhamentos
O que significa: os botões de Curtir, Compartilhar e
Enviar foram reformulados. Agora, tanto no desktop quando no mobile será
possível usar estes itens para compartilhar conteúdo. O botão
"Enviar/Send" permitirá enviar notícias de modo privado para um ou mais
amigos via Messenger. Será ótimo para quando você não quiser
compartilhar algo com todo mundo. Compartilhar uma corrida que você
tenha feito, inclusive mostrando o mapa do percurso e manter o visual
ideal como de um aplicativo para o Messenger de amigos faz parte do
plano do Facebook para uma melhor experiência em compartilhamentos.
Concorrência com Google na monetização de Vídeos e espaços de anúncios:
O que significa: O Facebook não quer mostrar anúncios
(e ganhar dinheiro) só dentro da sua rede social. No caso, esse
movimento já aconteceu com a chegada do "Facebook Audience Network", uma
espécie de "rede de display mobile" em que parceiros ganham dinheiro ao
exibir anúncios em seus aplicativos mobile usando todo o poder de
segmentação do Facebook.
Outro passo muito importante do Facebook foi a compra da LiveRail em julho de 2014, por cerca de $400 milhões. Ela originalmente era uma plataforma de anúncios para publishers de vídeos "somente". No evento foi anunciado que essa plataforma permitirá que também exibam anúncios em display mobile. O Facebook vai permitir que publishers exibam anúncios em diferentes formatos com a LiveRail, como os mostrados abaixo, inclusive também com uma opção de anúncio pré-vídeo, no estilo YouTube.
Outro passo muito importante do Facebook foi a compra da LiveRail em julho de 2014, por cerca de $400 milhões. Ela originalmente era uma plataforma de anúncios para publishers de vídeos "somente". No evento foi anunciado que essa plataforma permitirá que também exibam anúncios em display mobile. O Facebook vai permitir que publishers exibam anúncios em diferentes formatos com a LiveRail, como os mostrados abaixo, inclusive também com uma opção de anúncio pré-vídeo, no estilo YouTube.
Destaque também para o formato de "anúncio nativo", que se mistura ao conteúdo de maneira natural e que gera sete vezes mais receita se comparado a anúncios estáticos, segundo Deborah Liu, executiva do Facebook.
Concorrências com o Google?
A LiveRail certamente concorrerá com o Google, mais especificamente com
a plataforma DoubleClick. Enquanto o Google possui informações a
respeito de intenção de consumo (pois usuários fazem pesquisas no seu
buscador), o Facebook possui informações muito precisas a respeito de
seus usuários, seus perfis demográficos e interesses. E isso é
exatamente o que muitos anunciantes buscam: uma segmentação precisa.
No discurso no F8, Deborah Liu ainda afirmou que a LiveRail oferecerá
um melhor controle, eficiência e maiores rendimentos em vídeos em todas
plataformas e display em mobile. Além disso, permitirá um melhor
gerenciamento de suas oportunidades de anúncio, incluindo anúncios
vendidos diretamente para anunciantes e fontes de mídia programática
como DSP’s e Ad Networks, incluindo o "Facebook Audience Network" que
comentei acima. Ainda será possível priorizar anunciantes, bloquear
certas categorias se este for concorrente do anunciante, gerar
relatórios em tempo real e obter sugestões para uma cobrança ideal pelo
inventário. Ou seja, a ferramenta unirá diferentes plataformas e
sistemas, com o diferencial do poder de segmentação, tudo em uma única
plataforma.
E esse movimento do Facebook é em direção a dois dos segmentos que mais crescem: Vídeo e Mobile.
Compromisso em corrigir bugs
O que significa: o Facebook disse estar comprometido
em resolver 90% dos bugs relatados em até 30 dias e agora mostra um
gráfico com o progresso (imagem acima). Bugs que envolvam itens cruciais
da plataforma como login e plugin social receberão uma previsão de
quando o bug deve ser corrigido. Bugs são naturais quando você se move
rápido, eventualmente algumas coisas podem quebrar :) mas bacana ver
este comprometimento em consertar o que quebrou.
Facebook Analytics para Aplicativos:
O que significa: Já lançado, oferecerá mais dados e
informações para que empresas que possuem aplicativos possam compreender
melhor seus usuários. Com análises incluindo multiplataformas, será
possível ver métricas baseadas em metas, perfil dos usuários, entender
melhor o funil de compra, fazer análise cohort e mensurar "LTV" dos
anúncios de instalação de apps.
O futuro. Ou já seria o presente?
O que significa: o vídeo acima ilustra bem como o
formato de conteúdo no Facebook tem evoluído. Zuckerberg escreveu em seu
post: "Cinco anos atrás, a maioria do conteúdo no Facebook eram em
texto. Agora é foto. Nos próximos cinco anos será vídeo. Depois disso,
será conteúdo imersivo como a realidade virtual." Isso para ilustrar
como a linha do tempo suportará vídeos esféricos, em que poderemos
escolher para onde olhar e nos sentirmos como se realmente estivéssemos
lá. Aliás, não foi à toa que o Facebook comprou a Oculus Rift de
realidade virtual por $2 Bilhões no meio do ano passado. Certo?
O Futuro com a "Internet das Coisas" e o Facebook:
O que significa: o Facebook adquiriu a Parse ano
passado, que é uma plataforma na nuvem para desenvolvedores criarem
aplicativos. No F8 anunciaram que essa ferramenta oferecerá SDK (Kit de
desenvolvimento de Software) para a "Internet das Coisas" ou, "Internet
of Things", que são dispositivos conectados à internet. O benefício da
integração destes dispositivos ainda não é muito claro, mas deve ser
algo em relação a integração de dispositivos que se complementam e
oferecem facilidades aos seus donos. Ainda tem muito chão pela frente,
mas mostra que o Facebook está muito atento ao futuro e que quer cada
vez mais fazer parte da nossa vida, inclusive entendendo como utilizamos
estes dispositivos.
Falando em Parse, o Facebook também anunciou a integração com a React, popular ferramenta de front end. Além de uma nova ferramenta nova para descoberta de bugs (debugger), foi anunciado também o "Parse Cloud Code Webhooks", que permitirá a desenvolvedores programarem em qualquer linguagem que queiram, desde que tenham um servidor com a nova funcionalidade. O Facebook ainda anunciou outras cinco linguagens "open-source" (código aberto) para desenvolvedores mobile - mais aqui: http://bit.ly/1ODzu8V
Falando em Parse, o Facebook também anunciou a integração com a React, popular ferramenta de front end. Além de uma nova ferramenta nova para descoberta de bugs (debugger), foi anunciado também o "Parse Cloud Code Webhooks", que permitirá a desenvolvedores programarem em qualquer linguagem que queiram, desde que tenham um servidor com a nova funcionalidade. O Facebook ainda anunciou outras cinco linguagens "open-source" (código aberto) para desenvolvedores mobile - mais aqui: http://bit.ly/1ODzu8V
Novo Plugin de Página:
O que significa: o Facebook reformulou o visual do
aplicativo de página. Aquele que inserimos no rodapé ou na lateral de
sites. Agora a imagem da capa da fanpage faz parte do conjunto.
Será que todas essas grandes novidades vem para o Brasil? Algumas já
estão rolando, mas outras só saberemos depois de serem liberadas nos
Estados Unidos. Torçamos para que sim e que a adesão seja grande, pois
não há como negar que as funcionalidades parecem ser muito
interessantes.
Um pensamento sobre o Facebook:
Não há como negar que o Facebook tem pensado a longo prazo para tornar
suas redes sociais cada vez mais úteis e necessárias às pessoas, haja
vista tudo que citei acima. A estratégia de migrar de um único
aplicativo para 5, com o Groups, WhatsApp, Facebook, Instagram e agora o
Messenger, que terá diversos outros aplicativos internamente
complementando seu uso, reforçam isso.
E ainda, não há como negar que a missão do Facebook de "fazer o mundo
mais aberto e conectado", tem funcionado. Aliás, em relação a estar
conectado, tem contribuído para que vários países tenham acesso à
internet, incluindo testes com uma espécie de mega-drone para esta missão. A imagem abaixo postada em resposta em uma publicação de Zuckerberg, faz muito sentido.
E fica aqui uma provocação do Estevão Soares, amigo e proprietário da
Estratégi.ca, agência de Social Intelligence para mídias sociais:
0 Comentario "O Mundo segundo Zuckerberg - 11 novidades sobre o Facebook que você precisa saber"
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